A Maria que transforma o sertão nordestino

Alcione Albanesi e os Amigos do Bem

Alcione de Albanesi – Reportagem de capa da revista BrazilcomZ

Conheça a mulher que está transformando o Sertão do Brasil
“ALCIONE DE ALBANESI”
Conheça as cidades do Bem:
Catimbau em PE – http://www.amigosdobem.org/cidades-do-bem/catimbau-pe
Páginas: 42-51
Pois é, ao contrário da quase totalidade dos governantes que além de rapinar abstém-se de fazer o que devem, cumprindo o dever de melhorar a qualidade de vida dos que os elegeram, existem pessoas, cidadãos comuns que estão fazendo tudo o que podem para aliviar o sofrimento de seus semelhantes.
Uma dessas pessoas é Alcione de Albanesi.
Ela e seus “Amigos do Bem”, são voluntários que ao doar parte de seu tempo, trabalho e talento à causa social, vêm transformando a vida de milhares de pessoas no Sertão Nordestino.
Por: Suzy de Castro
Fotos: Assessoria de Marketing e Flickr dos Amigos do Bem e Divulgação
UM TRABALHO COLOSSAL
No sul do país também há pobreza, mas, por maior que seja a necessidade, é possível pedir um prato de comida a um vizinho, pedir socorro. Lá no Sertão, são povoados inteiros na total miséria. Não há comida para compartilhar”, conclui.
Em janeiro de 2002, após dez anos distribuindo alimentos no Sertão, nasceu a entidade “Amigos do Bem”, Instituição Nacional Contra a Fome e a Miséria no Sertão Nordestino, que além de promover ações emergenciais, passou a atuar de forma contínua, buscando o desenvolvimento auto-sustentável para a transformação de vidas por meio da implantação de diversos projetos. O grupo que a acompanhava há anos foi o embrião da entidade, que hoje é composta atualmente de mais de 5 mil voluntários.
Em julho de 2005, os Amigos do Bem inauguraram a Vila Agrícola do Bem/Unidade Catimbau, numa área de 400 hectares comprada com recursos próprio, boa parte das quais coberta com cajueiros. O projeto prevê uma agroindústria para garantir sua sustentabilidade. A vila dispõe de saneamento básico, eletrificação, sede administrativa (é dirigida por uma espécie de prefeito), escola, padaria, farmácia, mercearia, consultório médico e odontológico, telefone público, ambulância de plantão, horta comunitária e 60 casas mobiliadas, com água quente, luz elétrica e enxoval completo de cama, roupa e banho – tudo de graça.
“(…) ela nos deu a receita da fome: bebia a água do feijão Pra economizar o grão. Foi quando concluímos que não bastava dar comida, como vínhamos fazendo há anos. Bancar Papai-Noel não é suficiente.”
Alcione de Albanesi, líder e mentora dos Amigos do Bem.
A terra pertence aos Amigos do Bem. As casas, aos moradores, selecionados segundo o grau de miséria, número de pessoas e condição e adaptação.
“Parece simples adaptar-se, mas não é. A maioria desconhecia geladeira, fogão, lâmpadas, escova, pasta de dentes, não sabia usar talheres, muito menos ler. Quase todos eram analfabetos, afirma a pedagoga paulista Ana Aparecida Melin, a Aninha, responsável pela orientação educacional. “Não estaríamos aqui se não fosse ela (Alcione); é alguém muito especial, envolvente”, diz Aninha. “Não subiu para o céu porque não está na hora”, afirma Serafim da Silva. Patriarca de uma família numerosa do Breu de cima, nos períodos de seca brava só tinha ouricuri (palmeira com coquinhos comestíveis) para oferecer. Água era ouro. Carecia garimpar. “A gente andava horas, às vezes tinha de cavar o chão no fundo do caldeirão (tanque natural nos lajedos, formados pela chuva). Todo dia era a mesma coisa”, diz sua mulher dona Lurdes, mostrando as mãos calejadas. Agora, ela não vai mais lá. Foi cadastrada pelos Amigos do Bem e passou a receber água, roupas, alimentos, e, volta e meia, a vista do doutor Luiz – o médico Luiz Augusto Menegazzo. Paranaense de nascimento, radicado em São Paulo ele passa uma semana por mês na região. Nos primeiros anos atendia em barracas improvisadas, ao lado da esposa doutora Luciana e outros colegas, todos voluntários.
“Encontramos gente que nunca tinha ido ao médico, não sabiam o que era um banheiro ou tinham visto uma cama”, afirma. Das patologias mais freqüentes, 70% estavam ligadas a falta de higiene e saneamento. “O básico né”. As mudanças são visíveis no Catimbau. Menegazzo constatou queda vertiginosa nos casos de verminose, sarna e diarréia por contaminação da água. A fila no consultório também diminuiu. “Agora os meninos tem futuro coisa que nós (os adultos nascidos na região nunca tivemos”, diz uma beneficiada do projeto que passou todas a sua vida na mais absoluta miséria.
Alcione Albanesi e o seu trabalho no Amigos do Bem
Alcione também anda contente. Sabe que o exemplo é importante. “Por mais recursos financeiros que o ser humano tenha, ele não constrói nada sozinho. Isso aqui (a vila) é parte das nossas vidas. Foi construída com a colaboração, dedicação e o amor dos Amigos do Bem”.
Menegazzo diz que sua colega Alcione “é expansiva, alegre, carinhosa e amiga”. Ninguém melhor para confirmar isto que as crianças de Catimbau, Mauriti, Inajá e Torrões, que correm atrás de seu abraço quando ela chega. “Isto aqui é a realização de um sonho”, disse cercada de crianças em uma das suas tantas visitas ao sertão. “Temos de agradecer a Deus que nos trouxe aqui, e pedir a Ele que continue nos dando força para prosseguir”. Até de longe ela se emociona ao falar sobre o árido nordeste. “Lá eu sou Maria”, diz Alcione sobre o carinho que também recebe das mães sertanejas.
Apesar das informações sobre as absolutamente precárias condições de vida de boa parte dos sertanejos nordestinos serem relativamente difundidas, só quem já teve, ou continua a ter, contato efetivo e presencial com a situação, consegue descrever o quadro. Ivan Schil, consultor da Amigos do Bem, sabe perfeitamente da importância que as ações realizadas ela entidade tem para a região. “Há famílias que nós atendemos para as quais nós tivemos que transmitir e ensinar os mais básicos hábitos de higiene e comportamento. Muitos não sabiam o que era um banheiro, nem nuca tinham visto uma cama”, conta.
Apesar dos resultados Alcione reconhece que o problema maior – a escassez de água continua sem solução. Em Torrões com exceção do artesanato, não há muito a fazer. A população não cria cabras porque os animais concorreriam com os homens em alimento e água. A que existe no subsolo é salobra. Não presta para a agricultura, muito menos para o consumo humano. Os Amigos do Bem cavaram um açude, construíram cisternas e caixas d’água, abastecidas semanalmente por carros-pipas. Mas ainda é pouco segundo a própria Alcione. “A minha próxima alegria será a adução de água. Quero dotar Torrões de água encanada, nem que tenha de trazê-la do São Francisco”. Que ninguém duvide. A cidade de Pão de Açúcar à beira do Rio São Francisco, fica a pouco mais e 5 quilômetros, em linha reta. Os Amigos do bem sob a liderança de Alcione Albanesi, uma cidadã comum, uma mulher, já provaram o que é possível fazer através da generosidade.
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“Lá no Sertão, são povoados inteiros na total miséria. Não há comida para compartilhar. Encontramos gente que nunca tinha ido ao médico, não sabiam o que era um banheiro ou tinham visto uma cama”.
“ Lá, eu sou Maria”, diz Alcione sobre o carinho que também recebe das mães sertanejas.
A AMIGA DO SERTÃO
A história da Vila do Catimbau foi tema de uma reportagem publicada originalmente na revista Globo Rural, com a qual os Amigos do Bem disputaram e ganharam o prêmio de R$100 mil do Projeto Generosidade, entre dez trabalhos finalistas de grande impacto social.
Durante seis meses todas as revistas da Editora Globo publicaram matérias sob o selo “Projeto Generosidade”, destacando histórias de brasileiros anônimos que estão mudando o país. No total foram quase 100 reportagens e 500 narrativas. Dez delas forma selecionadas por um júri formado por especialistas da área social. Cada finalista disse o que faria com o prêmio de R$ 100 mil. A resposta de Alcione: “Nós construiríamos um centro médico-odontológico no povoado de Torrões, Alagoas”. O vencedor do concurso seria aquele com maior número de votos pela internet. Os Amigos do Bem ganharam.
NOSSO TRABALHO NÃO ENVOLVE POLÍTICA
No evento de inauguração da unidade Catimbau da Cidade do Bem, o prefeito local quis discursar, aproveitando a multidão presente, mas Alcione o proibiu. “Aqui não”, disse. “Nosso trabalho não envolve política”. O prefeito ficou mudo até o final da cerimônia.
Outra postura de protesto de Alcione ante o governo foi na ocasião em que o ex-presidente Lula esteve, em 2003 na cidade de Buique (PE) para promover o lançamento do Programa Ações Integradas de Convivência com o Semi-Árido (Conviver) e do Programa Cartão Alimentação. O programa Conviver foi destinado a oferecer crédito fundiário aos pequenos agricultores das regiões mais secas do país, mediante uma taxa de R$ 6 reais.
A ONG Amigos do Bem liderada por Alcione, trabalhava há cerca de 11 quilômetros de Buíque e decidiu não participar da cerimônia de lançamento do programa. “Não teremos tempo para cumprimentar o presidente. Vamos estar trabalhando com o que não foi cadastrado pelo Governo”, afirmou. Segundo ela, a proposta do Fome Zero não resolveria o problema de quem perdeu todo o plantio de feijão e milho. “Como querem ensinar a pescar se o rio (sementes e irrigação para comunidades rurais) está seco? “, questionou.
UMA CASA MOBILIADA POR R$ 10.000
Para os que desejam participar da ONG, uma das oportunidades é patrocinar uma “casa do bem”. O imóvel totalmente mobiliado, para uma família através dos Amigos do Bem, custa R$ 10 mil reais (cerca de € 4.260 euros) que podem ser doados individualmente ou em grupo de voluntários dispostos a somar a quantia.
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“As pessoas emocionam-se ao ver a transformação da vida sem perspectiva, despertando para uma nova realidade”, declara um dos voluntários que colaborou.
ENTREVISTA
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“Não teremos tempo para cumprimentar o presidente. Vamos estar trabalhando com o que não foi cadastrado pelo Governo”
Confira a entrevista a esta “Amiga do Bem”. Alcione estava embarcando para o sertão quando encaminhou-nos o e-mail com as respostas.
BCZ: Quem é e como vive Alcione de Albanesi?
AA- Sou com todos, mas talvez eu tenha um pouquinho mais de coragem para fazer o que tenho feito! (Risos) Sempre digo que minha vida não me pertence. A partir do momento que dei inicio ao trabalho dos Amigos do Bem, deixei de pensar só em mim e na minha família de São Paulo e passei a considerar que tenho uma família muito maior para cuidar; a do sertão .
BCZ: Sendo dona de uma grande empresa, mãe de quatro, como organiza o tempo para dedicar-se a este impressionante trabalho filantrópico?
AA- Sempre fui uma mulher com muitos compromissos e costumo dizer que quanto menos tempo temos mais coisas conseguimos fazer.
BCZ: Você já passou, em alguma etapa da sua vida, por situação de escassez financeira? Como foi inculcado em você esse interesse em erradicar o sofrimento dessas pessoas?
AA- Já passei por diferentes dificuldades em minha vida, que me fizeram ser quem sou e me deixaram mais confiante de que sempre “vai dar tudo certo”. Mas a necessidade de ajudar o outro nasceu desde pequena, pelo exemplo vivo de solidariedade que tenho em casa, minha mãe, Dona Guiomar, que tem 11 creches em São Paulo e atende mais de 2 mil crianças com seu trabalho social.
BCZ: Podemos dizer que a colaboração entre empresas e ONGs no Nordeste ainda é incipiente?
AA- Além de ser incipiente é escassa em relação às necessidades desta região, em que milhares de pessoas ainda vivem em situação de miséria e fome, sem recursos minimos para sobreviver.
BCZ: Em entrevista, você disse que a Amigos do Bem não recebe nenhuma ajuda do governo. Essa ajuda foi solicitada e negada? Nunca o sistema político se interessou em colaborar com o trabalho de vocês?
AA- Não temos vínculo nenhum com o governo e com a política. Somos uma instituição que, por muitos anos, trabalhou de forma silenciosa pelo sertão do Nordeste. Formamos um grupo de amigos com o mesmo objetivo: de erradicar a fome e a miséria no sertão nordestino, e promover a transformação de vidas em regiões que contrariam o desenvolvimento do homem.
BCZ: Quais áreas devem ser tratadas com mais urgência no investimento social no Nordeste?
AA- Acredito muito na educação, que é a base para a transformação do cenário de miséria do sertão, mas a situação dessa região é tão precária, que o investimento em recursos básicos, como alimentação, saúde e infraestrutura, ainda é imprescindível.
BCZ: Quais são os critérios e etapas para se construir uma Cidade do Bem? Qual a maior dificuldade para proporcionar autossuficiência a essas famílias depois que recebem suas casas?
AA- A Cidade do Bem é a materialização da transformação. Pessoas saem de casas de taipa, se água, luz e trabalho digno, para viverem em um lugar que promove mudanças em suas vidas e nas regiões vizinhas, por meio de projetos que visam a autossustentabilidade e o desenvolvimento do ser humano. A maior dificuldade não é promover a autossuficiência dessas pessoas, mas, principalmente, promover a transformação daqueles que, durante anos, viveram num contexto de abandono total.
BCZ: Quais atividades poderiam ser estimuladas na área de atuação de vocês, mas que, ainda, a ONG não pôde fazer por falta de recursos?
AA- Sempre digo que os recursos são escassos perante as nossas necessidades. É muito difícil manter um projeto como o nosso, em que todas as ações são desenvolvidas de forma intensiva e para um grande numero de pessoas. Neste ano, inauguraremos 3 Centros de Transformação, locais com mais de 3mil m² para atender mais de 10 mil crianças e jovens, todos os dias, com atividades curriculares e cursos profissionalizantes.
BCZ: Quais as prioridades para os próximos anos da ONG Amigos do Bem?
AA- Investir na criança e no jovem. Quando penso nos jovens, consigo enxergar um nordeste diferente. Em poucos anos já vimos grandes mudanças, e acredito que a fome e a miséria ainda podem ficar na história dessa região. A tendência é cada vez mais eu viajar para o sertão e conviver e conviver com essa gente que tem me ensinado a ser melhor, mais segura de que “é possível” e ser persistente.
“A tendência é cada vez mais eu viajar para o sertão e conviver com essa gente que tem me ensinado a ser melhor, mais segura de que ‘é possivel’ e ser persistente.”
CIDADES DO BEM
MORADIA, TRABALHO, MELHORIA SOCIAL
As Vilas Agrícolas, ou Cidades do Bem, criadas e administradas pelos Amigos do Bem, têm o objetivo de gerar trabalho, moradia e melhoria social. São projetos agrícolas de desenvolvimento sustentável adaptados a cada região, cujo principal foco são a agricultura, a fruticultura irrigada e de sequeiro, e a preservação de áreas de caatinga.
As Vilas são organizadas de modo a permitir a coordenação e a administração de toda a infra-estrutura necessária para a comunidade, podendo permitir deste modo a multiplicação de outras Vilas, gerando desenvolvimento sustentável, além de movimentar a economia local. Importante ressaltar que os “Amigos do Bem” não vão lá ao sertão e deixam alimentos ou fazem moradias e deixam as pessoas no local ao “Deus dará”. A ação é continuada e acompanhada pela ONG.
CATIMBAU(PE)
Casa de Catimbau - PE
Casa de Catimbau – PE
A primeira Cidade do Bem foi construída em apenas 12 meses e inaugurada em 2005. Hoje vivem aí mais de 600 pessoas. Cada família recebeu uma casa de alvenaria totalmente mobiliada. A cidade possui completa infra-estrutura. Os moradores são registrados e trabalham na Vila Agricola.
Os critérios de escolha das famílias que viviam na região foram o grau de miséria e o numero de membros. A cidade do bem possui centro educacional infantil, alfabetização de adultos, palestras, planejamento familiar, espaço ecumênico, horta e granja comunitária, fornecimento de leite, museu, ambulância, praça, fábrica de doces de leite e de caju, padaria, mercearia, farmácia, área de lazer, artesanato, ônibus escolar e a vila agrícola que conta com mais de 350 trabalhadores capacitados e contratados pela ONG. A área de 420 hectares contém 100 mil pés de caju, viveiro de mudas e 8 poços perfurados que proporcionam a irrigação da terra para viabilizar o projeto no sertão nordestino.
AGROVILA(CE)
Ocupando uma vasta região fértil, porém sofrida e castigada, os Amigos do Bem encontraram mais de 500 pessoas que viviam abandonadas em suas casas, sem trabalho, alimentação, roupas, escola nem saneamento básico.
Foi neste cenário que construíram, em abril de 2006, uma verdadeira cidade, em apenas 6 meses, com padaria, mercearia, farmácia, consultório médico, clínica odontológica, salão de cabelereiro, parque infantil, campo de futebol, espaço do Bem e centro educacional.
Paralelamente à construçãoda Cidade do Bem, foi destinada a cada família uma área para plantio.Todas receberam ainda, sementes e acompanhamento técnico, visando a autossustentabilidade.
Uma área de 160 hectares foi plantada com caju. Além de gerar trabalho, no futuro a lavoura ajudará a gerar recursos para o projeto graças à comercialização da produção.
INAJÁ(PE)
No dia 20 de agosto de 2007, sete casas foram entregues aos moradores de Inajá. A ONG ainda espera recursos para construir e abranger um número maior de famílias com o nossos projetos e infraestrutura. Com o objetivo de incentivar o trabalho e promover a autossustentabilidade, 63.000 mudas de caju foram plantadas numa área de 300 hectares. Além de melancia e tomate 12 em hectares irrigados. Um enorme galpão contribui para a logística dos Amigos do Bem na região: armazenamento e distribuição de alimentos, roupas, entre outros.
Há tembém um Centro Educacional para que as crianças da Cidade do Bem e dos povoados próximos participem de atividades pedagógicas diárias e tenham acesso ao ensino fundamental.
TORRÕES(AL)
A ONG fundou em novembro de 2008 mais uma Cidade do Bem, no distrito de Torrões. Mais de 100 casas foram construídas e entregues a famílias que viviam em casas de taipa. Uma grande transformação.
Além das casas completas com enxovais, utensílios e móveis, a população também recebeu uma ambulância e um centro médico-odontológico com equipamentos de última geração e farmácia, construído com recursos do projeto Generosidade da Editora Globo.
O Centro de Atendimento é equipado com padaria, mercearia e salão de cabelereiro.
Os projetos autossustentáveis, como o artesanato, possibilitam o ensino de uma profissão, além de gerar renda para a população local. Em Torrões, o centro de artesanato já comercializa sua produção. Os Amigos do Bem também ampliaram e modernizaram a antiga escola local.
CONHEÇA ALGUMAS AÇÕES/PROJETOS REALIZADAS PELOS AMIGOS DO BEM:
– Sertão com Sementes: a distribuição de sementes auxilia na produção de alimentos para o próprio consumo e gera renda com a venda da safra excedente;
– Sertão com Leite: cada família selecionada recebe de 3 a 5 cabras, que além de fornecer leite, possibilitam o início de uma pequena criação, para gerar renda;
– Sertão com Água: implantação da cisterna, que armazena 16 mil litros de água e supre a necessidade de uma família de até 5 pessoas, para alimentação e higiene pessoal, durante oito meses; além de 9 poços já perfurados com capacidade de 270 mil litros/hora;
– Sertão com Casas de Alvenaria: tem o objetivo de substituir as casas de palha e taipa pelas de alvenaria;
– Sertão sem Fome: distribuição de alimentos para tirar o sertanejo da desnutrição e da situação de risco;
– Sertão sem Doença: acompanhamentos médicos e odontológicos, medicamentos e aparelhos ortopedicos;
– Sertão com Roupa: distribuição de roupas, calçados, cobertores e outros itens;
– Sertão com Colchão: distribuição de colchões e redes. Campanhas são realizadas periodicamente para arrecadação de roupas e alimentos não-perecíveis. ”Muito já foi feito, porém há muito ainda por fazer”, convida a ONG.
Se você quiser contatar a organização Amigos do Bem, ligue:
(11) 3019.0100 ou acesse o site: www.amigosdobem.org
Se existe força maior que a solidariedade, ela só pode ser o Amor de Deus por nós.
Se existe força maior que a solidariedade, ela só pode ser o Amor de Deus por nós.
As histórias que ajudaram a construir as Cidades do Bem tiveram seu curso alterado pela força de vontade incansável de Alcione de Albanesi. Mensalmente um grupo de voluntários se reúnepara entregar nas comunidades todas as doações recolhidas pelos Amigos do Bem. Os trajetos até esses locais chegam a durar cinco horas de ônibus a partir das capitais dos estados, e o processo de distribuição de mantimentos é uma verdadeira peregrinação, já que ao todo são 9.600 famílias cadastradas na ONG. A partir daí, torna-se mais fácil imaginar a dimensão do desafio enfrentado, com muita coragem e competência, pelos voluntários da Amigos do Bem e por Alcione.
Além de contar com a colaboração de milhares de voluntários, Alcione recebe o apoio dos filhos. As gêmeas Caroline e Juliene ajudam a animar a chegada nas vilas, cantando com as crianças e, distribuindo pirulitos. O mais velho, Richard, controla a entrega das cestas básicas.
Sobre a árdua tarefa que está sob sua responsabilidade e da qual dependem milhares de vidas, Alcione já informou: “ Cansar? Imagina. Vou tocar tudo isto aqui até o fim, porque a partir do momento que estou trabalhando com vidas, não posso abandoná-las.”
Quando a criança gosta de alguém não é preciso esforço para ela demonstrar o seu amor.
Quando a criança gosta de alguém não é preciso esforço para ela demonstrar o seu amor.
“Se não posso fazer tudo que devo, devo ao menos fazer tudo que posso.”
Alcione de Albanesi
Confira a matéria on-line, no site da editora, aqui:
NORDESTINOSPAULISTANOS COM INFORMAÇÃO DOS AMIGOS DO BEM